segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

sabiam que estavam mais que apenas respirando
e que no olho de um furacão sempre falta ar.
tem algo de errado nisso!
sabíamos que lá fora não era seguro, mas é claro que é lá que devemos estar
sabiam e sabíamos
tinha o mistério e a beleza de um hacker
e com o ilícito, uma certa familiaridade
enquanto viam o livre arbítrio ser domesticado, percebia(m) que o último trago da noite de ontem tinha um gosto diferente.
na verdade não sabiam bem se era noite, ou quantas noites haviam passado.
como se fossemos um acidente esperando um lugar para acontecer
não sabiam o que era [a] verdade
as palavras eram ditas sem reticências, sem disfarce
as mãos às vezes se tocavam
longe do sagrado quarto dos pais
gozavam, gozavam, e gozavam dos planejados desencontros.
desgastadxs.
como não se perder no nosso mundo sem mapas?
não me conte
números foram feitos para errar
e a decência das palavras limpa nossa boca suja
fazendo reinar a norma
que houve com sua voz?
na mira de um cometa sem direção, era capaz de me sentir um herói de circo mexicano. 

surtando em silêncio, a noite amanheceu, e pela primeira vez foi capaz de existir uma pintura sem cor
os pincéis haviam sido roubados
e o sangue, virado tinta fresca
o amor confiscado ainda dita a lei
nos reduzimos ao silêncio do discurso sem vergonha
nossos corações foram esquecidos dentro da boca de um sapo
onde ainda batem
fora do rítmo e sem frequência correta

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